A Odontologia está em uma nova era. No exterior, com a teleodontologia, a modernização do atendimento melhorou o acesso para muitos cidadãos.
Em 1994, a telemedicina deu origem a teleodontologia, por meio de um projeto militar do Exército dos Estados Unidos. O desafio dessa empreitada era melhorar o atendimento ao paciente e efetivar a comunicação entre dentistas, pacientes e laboratórios. Esse programa revelou que a teleodontologia reduziu custos totais de atendimento ao paciente, ampliando a prestação de atendimentos para áreas distantes e rurais.
Com o passar dos anos, a eficácia da teleodontologia foi continuamente comprovada por meio de estudos científicos, demonstrando sua viabilidade na entrega de serviços em Odontologia. Esse recurso tem se destacado pelo seu alcance às pessoas em locais distantes das áreas urbanas, se tornando extremamente necessário.
O que a Organização Mundial da Saúde diz…
De acordo com a OMS, no ano de 2010, a teleodontologia pode ser caracterizada como a prestação de serviços de saúde por cirurgiões-dentistas, quando a distância se impõe como um fator crítico. Nesse contexto, tal ferramenta pode ser acessada por meio do uso de tecnologias da informação e comunicação para diversas atividades, como: troca de informações válidas para diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças e lesões, pesquisa e avaliação, assim como para a educação continuada de prestadores de cuidados da saúde bucal. Desse modo, o interesse maior é promover a saúde de indivíduos e suas comunidades, estabelecendo uma nova forma de cuidado baseada na relação remota dentista-paciente.
Aplicabilidade em outros países
Em países europeus, asiáticos e nos Estados Unidos muitas pesquisas foram realizadas sobre essa temática em universidades renomadas, sobretudo com o advento da pandemia. Nos Estados Unidos e na Europa, a teleodontologia foi aplicada principalmente em clínicas odontológicas e na China em hospitais odontológicos públicos.
NA CHINA
A implementação dessa ferramenta possibilitou a realização de consultas profissionais on-lines e gratuitas, nas quais era possível determinar a necessidade de tratamentos urgentes, além de ser também um momento em que o dentista conseguia dar orientações quanto a higiene bucal no ambiente domiciliar.
NOS ESTADOS UNIDOS
O sistema implantado em alguns estados permitiu a triagem e priorização de pacientes na agenda. Essa triagem era feita por telefonemas, ligações com imagens ou videoconferência, com isso era viável determinar quais pacientes deveriam ter um atendimento prioritário, quais poderiam esperar um pouco mais, os que não apresentavam riscos e os que não precisavam de um procedimento realmente necessário no momento. Ademais, os dentistas podiam realizar prescrições medicamentosas.
NA ITÁLIA
A teleodontologia foi implementada por meio de teleconsultas fotográficas, as primeiras consultas de urgência, consultas para avaliar a evolução do caso e até mesmo consultas pós-cirúrgicas. Essa ferramenta se mostrou útil para manejo remoto de pacientes cirúrgicos e no pós-operatório, sobretudo por reduzir custos e tempos de espera.
NO BRASIL
A teleodontologia teve um forte avanço nos últimos anos, uma vez que é possível se fazer o envio dos exames e os laudos radiológicos por meios digitais. Esse avanço foi bastante importante no contexto da pandemia do Coronavírus, quando essa prática ajudou a reduzir as chances de contaminação entre os profissionais e os pacientes.
Embora seja expressamente vedada a teleconsulta, diagnóstico, prescrição e elaboração de plano de tratamento via meios digitais, é possível fazer o acompanhamento e orientação de pacientes que já estão em tratamento e estão impossibilitados de voltar ao consultório.
Apesar de não ser permitida a prescrição de receita segundo o Art. 1º da Resolução 226/2020, já que não havia nenhum meio de se verificar a autenticidade da assinatura digital, ao final de 2020 o próprio CFO passou a disponibilizar em seu site alguns modelos de documentos editáveis que podem ser assinados através de certificados digitais. Desse modo, é possível crer que em um futuro próximo, essa possibilidade se concretizará de forma regularizada.
Referências:
APARECIDA NOGUEIRA SILVA, V.; DE OLIVEIRA CUNHA, R. .; CRISTINA GONÇALVES LEITE, I. PANDEMIA DE COVID-19 E APLICABILIDADE DA TELEODONTOLOGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS. Revista Ciência Plural, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 1–25, 2022. DOI: 10.21680/2446-7286.2022v8n2ID26130. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/26130. Acesso em: 08 ago. 2022.
